Sandman e os Destinos Perdidos - Identidade, Ego e o REM Tônico
Sandman e os Destinos Perdidos - Identidade, Ego e o REM Tônico
Já me vi perdido em sonhos que pareciam não ter saída.
Como se cada porta levasse de volta ao mesmo lugar, repetindo memórias e medos.
Em Sandman, o episódio dos Destinos Perdidos mergulha exatamente nisso: histórias de pessoas comuns presas em labirintos de identidade, tentando entender quem são e como escapar de seus próprios mundos internos.
O Paradigma Original: Identidade como Movimento
Para os povos originários, a identidade não era uma essência fixa, mas movimento entre mundos.
Ser podia mudar conforme o território, o ritual, a estação. O ego rígido não existia — havia máscaras, avatares, fluxos de pertencimento que se transformavam.
Perder-se fazia parte do processo: só quem se perde pode reencontrar novos caminhos de ser.
O avatar DANA nos lembra: “Identidade não é prisão, é trânsito. Se o eu se cristaliza, ele se perde de si mesmo.”
A Domesticação do Velho Mundo
O Velho Mundo domesticou a identidade em três formas principais:
Na religião, como alma fixa, julgada e determinada.
Na política, como cidadania, papéis sociais rígidos e pertencimentos impostos.
Na psicologia moderna, como ego estável, centro controlador da consciência.
Em Sandman, os Destinos Perdidos mostram o custo dessa domesticação: pessoas presas em suas narrativas individuais, incapazes de se libertar de desejos, culpas ou ilusões.
Ciência do Sono e Evidências
O episódio dialoga com o sono REM tônico, marcado por:
Atividade cerebral intensa, mas sem os picos motores do REM fásico.
Estado em que o cérebro processa integração de identidade, emoções e autoimagem.
Estudos mostram que o REM tônico está ligado à consolidação do self narrativo, onde o cérebro “testa” papéis e simula futuros possíveis.
Assim como em Sandman, o REM tônico pode aprisionar em loops de ego — mas também pode abrir espaço para reorganizar narrativas e flexibilizar a identidade.
Zona 1, Zona 2 e Zona 3
Zona 1: identidade cristalizada como instinto, fixada em impulsos imediatos.
Zona 2: identidade em fluxo, aberta ao movimento e à coletividade.
Zona 3: identidade domesticada como controle social, reduzida a papéis e funções.
Os Destinos Perdidos revelam a prisão da Zona 3, mas também insinuam a potência da Zona 2, quando o eu deixa de ser estático e se torna trânsito.
Síntese
O episódio Destinos Perdidos, em Sandman, mostra que a identidade é sempre tensão entre prisão e movimento.
Nos paradigmas originais, o ser era fluxo, máscara, metamorfose.
No Velho Mundo, a identidade foi domesticada como essência fixa e controlada.
Na ciência, o REM tônico revela como o cérebro processa a autoimagem, consolidando ou flexibilizando o self.
Em nossos conceitos, a verdadeira liberdade está na Zona 2, onde a identidade se reconhece como trânsito e não como prisão.
Ou, como diz o avatar DANA:
“Perder-se não é fracasso. É abertura para outras formas de existir.”
Referências sugeridas:
Graeber, D. & Wengrow, D. (2021). O Despertar de Tudo: Uma Nova História da Humanidade.
Hobson, J. A., Pace-Schott, E. F., & Stickgold, R. (2000). Dreaming and the brain: Toward a cognitive neuroscience of conscious states. Behavioral and Brain Sciences.
Scarpelli, S. et al. (2019). Dreaming in REM and NREM Sleep: A Review on Empirical Evidence, Methodological Issues and Theoretical Implications. Frontiers in Psychology.
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