Jackson Cionek
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Ótimos Locais como Eus Tensionais - Formação, Restrição e Desenvolvimento

Ótimos Locais como Eus Tensionais -  Formação, Restrição e Desenvolvimento


1. Eus Tensionais como ótimos locais com circuitos atencionais restritos


Cada Eu Tensional funciona como um ótimo local em um espaço cognitivo-dinâmico. Ele:


* Surge para atender uma demanda (emocional, física, social);

* Estabiliza uma rede atencional e sensório-motora;

* Cria um padrão sináptico (neurônios que disparam juntos... disparam juntos);

* Exclui informações que não servem à sua lógica funcional/metabólica.


Ou seja: atenção e percepção são filtradas pelo próprio Eu Tensional, reforçando-o. Isso é vantajoso para a execução automática de tarefas — mas prejudicial para a atualização crítica ou integração com outros Eus.


2. A Consolidação do Aprendizado acontece no Eu em funcionamento


* A neurociência mostra que a consolidação de memórias depende da co-ativação repetida de redes.

* Logo, o aprendizado se consolida dentro dos Eus tensionais ativos, com suas limitações sensoriais e afetivas.

* Se um Eu Tensional está ativo com baixa propriocepção e hiperalerta emocional, ele irá consolidar respostas de defesa, e não conhecimento crítico ou metacognitivo.


Aqui mora o perigo: um ótimo local pode virar uma prisão atencional.


O Surto como Colapso dos Eus e Regressão para o Conectoma Arcaico


No caso de surtos emocionais ou psicóticos, temos um colapso dos Eus Tensionais:


* O cérebro ativa circuitos arcaicos de sobrevivência: lutar, fugir, congelar ou replicar (ação sem crítica).

* O circuito do QSH (Quorum Sensing Humano) se desorganiza: a pessoa perde a referência social, mesmo que esteja rodeada de gente.

* A atenção fragmenta-se ou estreita-se: volta-se a estímulos corporais intensos, vozes internas ou memórias descontextualizadas.

* Novos aprendizados são inviáveis: o cérebro opera em redes automáticas de defesa, não em redes de fruição/aprendizado.


Em termos evolutivos, isso é como um algoritmo preso num ótimo local que entra em loop defensivo, sem espaço para mutação — a mutação aqui seria um risco metabólico intolerável.




Desenvolvimento saudável: Ótimos Locais que se expandem


1. Para que um Eu Tensional se desenvolva, ele precisa ser estimulado fora do pico onde está.


Ou seja:


* Precisa ser provocado com segurança (neuroceptiva e social),

* Ter acesso à novidade sem colapso do senso de identidade,

* Ter espaço para fruição com metacogniçãoonde pode observar a si sem ser ameaçado.


Isso exige que o sistema:


* Esteja em **Zona 2 metabólica (capaz de integrar novos estímulos),

* Tenha o suporte de outros Eus ou mentes acompanhantes (educadores, artistas, terapeutas).


2. Processos simbólicos (música, imaginação, narrativas) permitem mutações lentas dos Eus:


Eles funcionam como mutações controladas nos algoritmos evolutivos:

Não ameaçam diretamente o sistema de defesa, mas abrem novas possibilidades de ser, de agir, de perceber — novos picos no espaço do aprendizado.


Diagrama conceitual resumido (texto)


[Mente Damasiana]

     |

[QSH + Propriocepção + Interocepção]

     |

[Eu Tensional Ótimo Local]

     |         ↘

[Atenção Direcionada]   [Memória Consolidada]

     |                       |

[Alta performance funcional] [Baixa flexibilidade crítica]

     ↓

[Evento Traumático / Surto / Hiperestimulação]

     ↓

[Colapso do Eu Tensional] → [Ativação do Conectoma Arcaico]

                                 |

                          [Luta, Fuga, Congelamento, Replicação]

                                 ↓

                      [Impossibilidade de Metacognição e Aprendizado]



Finalizando:


> "Cada Eu Tensional é um ótimo local no espaço da consciência — eficiente, mas parcial. Seu desenvolvimento exige segurança para mutar, atenção para integrar, e tempo para dissolver-se em uma consciência maior. O surto não é falha moral, é o colapso do processo evolutivo da própria mente frente ao intolerável."



*O que é Zona 2 Metabólica?

Zona 2 é um conceito da fisiologia do exercício, mas que aqui aplicamos também ao contexto neurocognitivo e emocional.


No corpo:


* É a faixa de intensidade em que o corpo utiliza predominantemente gordura como fonte de energia, com mínima produção de ácido lático.

* A respiração ainda é controlada e estável; o esforço é sustentável por horas.

* É onde a mitocôndria funciona de forma ideal, favorecendo oxigenação cerebral, equilíbrio energético e plasticidade neuronal.


No cérebro propomos:


* A Zona 2 Metabólica Neuroemocional é um estado de baixo estresse, alta oxigenação e controle atencional distribuído.

* Nela, Eus Tensionais podem funcionar sem sobrecarga, abrir-se a novas conexões, consolidar aprendizado e até mesmo observar a si mesmos (*fruição com metacognição*).

* É o ambiente ideal para que um ótimo local cognitivo (Eu Tensional) tenha espaço metabólico e perceptual para mutar e se desenvolver.


Fora da Zona 2: o risco do colapso


Quando estamos fora da Zona 2 — em estados de:

* Estresse tóxico,

* Estimulação constante por telas,

* Repressão emocional,

* Sobreposição de tarefas (multitarefa crônica),


... o cérebro ativa circuitos de defesa ou automatismos rápidos, o que:


* Impede a metacognição,

* Faz os Eus Tensionais cristalizarem-se como ótimos locais não adaptativos,

* E aumenta o risco de colapso ou surto, com regressão ao conectoma arcaico (lutar, fugir, congelar ou replicar).


Zona 2 como Solo Fértil da Transformação


A Zona 2 é, portanto, o ambiente fisiológico e simbólico necessário para:


* Amadurecimento do top-down pré-frontal,

* Integração de novas memórias com significado,

* Dissolução suave de Eus Tensionais ultrapassados,

* E emergência de estados superiores de consciência crítica, ética e estética.


Versão expandida da conclusão com o conceito:


> "Cada Eu Tensional é um ótimo local no espaço da consciência — eficiente, mas parcial. Seu desenvolvimento exige segurança para mutar, atenção para integrar, e tempo para dissolver-se em uma consciência maior. A Zona 2 metabólica é o terreno fisiológico dessa transformação: quando o corpo respira em paz, o cérebro pode aprender sem medo. O surto não é falha moral, é o colapso do processo evolutivo da própria mente frente ao intolerável."

 
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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States