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O modelo de educação tradicional, aos quais muitos fomos ensinados, onde o professor depositava seus conhecimentos para alunos através de aulas geralmente expositivas. Esse modelo já não se enquadra mais num mundo completamente digital e imersivo. Será que estamos tentando fazer peixes subirem em árvores?

            As crianças hoje são diferentes das crianças de 20, 30 ou 40 anos atrás. São outros padrões neurais e principalmente comportamentais. Quando lidamos com novas realidades ou diagnósticos (nós, educadores), avaliamos por um ponto de vista de que há algo de errado com essas crianças, simplesmente porque elas não aprendem como nós aprendemos.

            Existe um livro em coautoria da terapeuta Anne Maxwell, 25 anos de experiência no tema, que se chama “Would You Teach a Fish To Climb a Tree” (Você ensinaria um peixe a subir em uma árvore) que traz relatos e perguntas práticas que podem ser usadas por todos que convivem com crianças diagnosticadas com TDA, TDAH, TOC e autismo.

            Todas as crianças são diferentes. Comunicam-se, pensam e em alguns casos, têm uma aparência diferente. As famílias comumente estão acostumadas a seguirem um padrão ou referencial de comportamento/desenvolvimento por idade e isso pode acabar contribuindo para que as crianças cresçam achando que existe algo errado com elas e que precisa ser consertado, por não se encaixarem nesses padrões.

            É importante se perguntar se é possível mudar algo ou o que de fato ocorreu, e ignorar os rótulos (padrões), que são comuns a essas crianças. O propósito das perguntas não é encontrar a resposta certa, mas sim ter a consciência do que realmente esta acontecendo e não o que os outros dizem ser.

            Para lidar com tantas informações novas, é preciso procurar ajuda de um ou mais profissionais, visando desenvolver mecanismos internos e externos para lidar com uma combinação de fatores, como déficit de sociabilidade e comunicação, além de interesses restritos e padronizados.

            O objetivo é ensinar as famílias e educadores a reconhecer as habilidades e os conhecimentos que essas crianças possuem, para criar um ambiente de relacionamento mais rico e produtivo. Uma dica de ouro é fazer perguntas, sem tirar conclusões precipitadas, para saber o que de fato está acontecendo (ainda que possa soar estranho).

            Há muitos mitos sobre as crianças, mas os pais precisam questionar se eles são realmente verdade para aquela criança, antes de assumir comportamentos generalistas. As perguntas servem para nortear a compreensão dos pais sobre o que é possível, sem concluir ou ter um resultado em mente, pois quanto mais perguntas são feitas, mais serão elaboradas as possibilidades com clareza.

            É muito comum que diagnósticos sejam dados, e com isso o uso de medicamentos passa a ser prescrito. Isso pode desencadear sofrimentos, sentimentos de inadequação, como se elas não fossem iguais às outras crianças.  Medicações podem ser necessárias, mas são condições secundarias de tratamentos, principalmente quando nos referimos às crianças.

            Atualmente existem diversos métodos terapêuticos e tecnológicos a serem utilizados para o desenvolvimento das crianças e que trazem muitos efeitos positivos no processo educacional.

            O primeiro passo para aprender a conviver com essas crianças é acreditar na capacidade da própria consciência (adulto), para mudar qualquer coisa que não está funcionando na vida.

            Os pais podem começar por abandonar os julgamentos e desapegar pela busca das respostas. Descartar registros e considerações que só ocupam espaço na nossa memória, dando espaço para a criação de uma outra realidade, a partir do momento presente, por meio de novas escolhas e muita testagem com acompanhamento profissional. Uma forma de expandir a consciência é se conhecer sem julgamentos, aproximando-se de quem você realmente é além das interpretações cognitivas.

            Através de processos verbais e corporais podem ser trabalhadas infinitas possibilidades, desde desconfortos físicos, emocionais e energéticos, sentindo o que é leve e o que pode potencializar as próprias capacidades.

            Não é um trabalho tão simples, mas abre canais de comunicação consigo e com o outro, diminuindo ruídos de comunicação e tende a facilitar as relações interpessoais, principalmente na aproximação do que a criança tem a expor e agregar.

            Um julgamento é um ponto de vista fixo sobre algo, então o objetivo é ambos reconhecerem novas ferramentas para lidar com cada situação, sem recusa e com muita atenção.

 

Referencias:

https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/09/27/educacao-de-criancas-com-tda-tdah-toc-e-autismo-especialista-da-dicas.htm

https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/05/06/estudo-criancas-muito-expostas-a-telas-tem-mais-chance-de-desenvolver-tdha.htm

 

https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/04/01/eu-dirigia-era-independente-mas-fui-diagnosticada-com-autismo-aos-34.htm

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Autor:

Mab Abreu

#girlpower #perception