O sono é um processo fisiológico normal do corpo humano. Dormimos para descansar e repor as energias para um novo dia de trabalho e estudo. Mas, como o sono ou a sua falta pode afetar a atividade neural quando não realizado adequadamente.
 
De acordo com o estudo publicado na revista science pela pesquisadora Maiken Nedergaard, durante o sono o cérebro faz uma espécie de "faxina" a fim de eliminar as toxinas, isso se deve em função do encolhimento das células nervosas conhecidas como células da glia ou neuróglias e por um sistema de dutos descoberto pelo mesmo grupo de pesquisadores.
 
Por mais de um século os neurocientistas acreditavam que o cérebro e a medula espinal não apresentavam sistema linfático. Estrutura fundamental para a eliminação de resíduos e transporte de células de defesa, o sistema linfático está presente em todo o nosso organismo. A pesquisa de Nedergaard e colaboradores, mostrou que o sistema nervoso apresenta um conjunto de dutos que faz a mesma função do sistema linfático. 
 
Sabemos que as células da glia desempenham papel fundamental no sistema nervoso. Elas são responsáveis pela recaptação de neurotransmissores, suprimento sanguíneo e energético aos neurônios, suporte, sustentação e fagocitose de corpos estranhos. 

Já sabemos também, por meio de estudos científicos, que o sono ajuda no processo de fixação de memórias e na aprendizagem. Entretanto, o estudo mostrou que o sono também é importante para a limpeza cerebral, que é realizada por meio de dutos chamados  "sistema glymphatic", dez vezes mais ativo durante o sono. A pesquisa realizada no Centro Médico da Universidade de Rochester, no Estado de Nova York, revelou que processos patológicos neuronais podem estar relacionados a “falhas” na limpeza cerebral.

 



A “faxina’ cerebral acontece quando há o encolhimento das neuróglias, permitindo o aumento do espaço extracelular e favorecendo o bombeamento dos fluidos pelo dutos e pelo espaço perivascular. Neste momento, as toxinas e os corpos estranhos são eliminados. De acordo com Nedergaard, eliminamos aproximadamente ¼ de grama de proteínas desgastadas diariamente e 3 kg ao longo do ano. Sabemos que esse processo é fundamental, pois doenças como o Parkinson e Alzheimer apresentam como aspecto fisiopatológico o acúmulo de proteínas intra e extra citoplasmáticas. 
 
Neste sentido, a pesquisa revela a importância do sono como um processo não apenas fisiológico, mas também bioquímico. 
 
Dormir constitui um processo fisiológico humano. Seus benefícios são inúmeros para a saúde física e mental. Dessa forma, as consequências de dormir pouco podem levar a problemas cognitivos, emocionais e físicos, podendo afetar a imunidade e favorecer o surgimento de doenças.
 
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Referências:
 
NEDERGAARD, Maiken; GOLDMAN, Steven A. Brain drain. Scientific American, v. 314, n. 3, p. 44, 2016.
 
ELLENBOGEN, Jeffrey M. Cognitive benefits of sleep and their loss due to sleep deprivation. Neurology, v. 64, n. 7, p. E25-E27, 2005.
 
ROBERTSON, Edwin M.; PASCUAL-LEONE, Alvaro; PRESS, Daniel Z. Awareness modifies the skill-learning benefits of sleep. Current Biology, v. 14, n. 3, p. 208-212, 2004.
 
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Autor:

Tamara Nunes

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