Lifelong Learning, neuroplasticidade e experiências multissensoriais

06/06/2022 06:46:04 Author: Barbara Meneses

Você sente que está aprendendo cada vez mais e mais? Inclusive, mesmo quando você não vai em busca das informações, ainda assim elas aparecem? É como se atualmente as informações estivessem mais preciosas por estarem mais fáceis disponíveis, contudo, você tem conseguido armazenar falaremos um pouco sobre nesse blog.


Neuroplasticidade e experiências multissensoriais

O Lifelong Learning (L3) é um conceito de aprendizado contínuo, ou seja, um hábito de que nunca devemos parar de estudar por conta própria e com automotivação. Além disso, se torna mais interessante por esse aprendizado ir além de questões acadêmicas e profissionais, mas também pessoais.

 

Fatores importantes para o L3 são motivados pelos sistemas biológicos, repetição de memória, motivação intrínseca, integração multissensorial e neuroplasticidade.

 

A neuroplasticidade permite o cérebro se adaptar a mudanças, onde os circuitos neurais vão se moldando e reorganizando, em termos estruturais, ao aprendermos ou experimentarmos algo. Ela tem um papel importantíssimo para o L3, já que o fato do cérebro ser plástico faz com que possamos aprender sempre novas coisas. Portanto, a capacidade de aprender continuamente, acomodar novos conhecimentos e reter experiências, juntamente com a neuroplasticidade basicamente dá a estrutura fundamentada do L3.

 

L3 é mediada por um conjunto de princípios neurofisiológicos que regulam o equilíbrio estabilidade-plasticidade de diferentes áreas do cérebro, realçando a importância de inputs somatossensoriais e motores na hora do aprendizado. Ou seja, para um aprendizado efetivo é interessante o envolvimento de experiências sensório-motoras junto com a informação.

Vamos dar um exemplo prático, imagine que você está em uma aula convencional de química onde o assunto abordado é ácidos e bases, o professor faz anotações, explica conceitos, dá exemplos e faz atividades na aula. Uma outra situação poderia ser que se dentro desse cenário de sala de aula o professor levasse experimentos simples de reações envolvendo ácidos e bases, nesse caso, além do conhecimento introduzido você teria envolvido dois sistemas nervosos: visual e olfativo. Ou seja na situação 2, há uma maior probabilidade de se ter aprendizado consolidado.

 

Dado isto, o dilema estabilidade-plasticidade advém de uma extensão em que o sistema estará propenso a integrar e adaptar os novos conhecimentos. E como isso se dá? Através de mecanismos internos que modularão e estabilizarão a atividade neural, promovendo as reais mudanças físicas na estrutura neural que permitirão não somente o aprendizado, mas também lembrar e se adaptar a mudanças que venham a ocorrer.

 

É interessante frisar que a plasticidade não ocorre de modo simples, onde somente fornecer as ferramentas que ela irá acontecer; mas entender que ela também preserva um grau de plasticidade para que haja uma gradual adaptação e organização.

 

Sabe-se que os fatores são diversos para o aprendizado, neste blog não entramos em questões como genética, por exemplo. Mas o fato de saber que as integrações multissensoriais (visão, audição, propriocepção) são mais eficientes para o ambiente de aprendizado, isso nos dá um novo arsenal para contribuir com o L3.

 

Entender melhor como funciona o L3 é bastante importante para áreas como a neuroeducação.

 

 

 

Referências:

IRELAND, Timothy Denis. Educação ao Longo da Vida. 2019.

 

PARISI, German I. et al. Continual lifelong learning with neural networks: A review. Neural Networks, v. 113, p. 54-71, 2019.

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Autor:

Barbara Meneses

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