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Consciência feminina

 

Afinal o que é consciência e como ela pode mudar nossa percepção de mundo? Nós como mulheres temos que ter uma consciência feminina? O que seria?

We can do it!

 

Consciência, dentro das muitas discussões existentes, seria um estado em que podemos processar informações do nosso ambiente e assim formar a nossa percepção. Como tal, cada um tem sua consciência e sua própria percepção do meio. A consciência feminina surge para nos ajudar a entender como é ser mulher e qual o nosso papel no meio.

A liberdade feminina surge a partir da construção - ou desconstrução - da sua “consciência’. Entrando um pouco dentro da Neurociência cognitiva, vemos que as diferenças que existem sobre plasticidade está mais ligada às condições em que você se encontra do que ao gênero propriamente dito. Ou seja, sua alimentação, sua classe social, estimulação cognitiva de acordo com suas fases de desenvolvimento, interferem muito mais no seu cérebro do que ser mulher ou homem (apesar de termos algumas pequenas diferenças quando consideramos a influência dos hormônios).

Estes estudos, feitos com EEG (Eletroencefalograma) e fMRI (Ressonância Magnética Funcional), tentam encontrar algo concreto que diferisse os sexos e suas percepções. Porém, neste caso estamos falando de consciência, da qual ainda não se conseguem quantificar ou materializar. O máximo que é feito são alguns testes e aplicações de escalas que tentam descrever o quanto você estaria consciente. O fato é que nossa consciência ainda é uma incógnita e totalmente particular.

Assim, dentro do que temos, como nós podemos nos despertar e ser consciente? Então, levando em conta o contexto social do qual estamos inseridas, nosso despertar pode iniciar em qualquer idade, junto com discussões onde estamos cada vez mais incluídas e com o lugar de fala. Ainda temos muito que melhorar e estamos avançando; afinal, temos mais facilidade de nos impor, temos mais acesso a informações e podemos nos posicionar rapidamente sobre algo apenas com uma pesquisa rápida no celular.

 

O “lance” seria nos aprofundar mais em leituras, principalmente históricas, que nos ajude a entender alguns do comportamentos reproduzidos ainda hoje. Temos que saber pelo o que tanto lutamos e pelos direitos ou posições que ainda nos faltam conseguir. O conhecimento leva à construção uma posição ideológica e por sua consequência sua percepção sobre algo. Se fundamentar é um passo muito importante para se defender e argumentar também. Vamos aproveitar nosso lugar de fala e nos posicionar de forma racional e consciente, não apenas só por reproduzir comportamentos.

God is woman!, de Harmonia Rosales

 

Para finalizar, deixo a obra de arte de Harmonia Rosales como reflexão. Rosales é uma artista que pega obras famosas e substitui os personagens por mulheres negras. Nesta, ela faz uma releitura da “Criação de Adão” de Michelangelo, trazendo uma avó negra como criadora. O que nos faz refletir sobre o ideal de belo, o ideal de amor, o ideal de soberania e de perfeição. Aonde estavam as mulheres no século XV? Porque ainda hoje é chocante ver uma mulher negra sendo retratada pintura clássica?

Referências

 

CRICK, Francis; KOCH, Christof. A framework for consciousness. Nature neuroscience, v. 6, n. 2, p. 119, 2003.

DAMÁSIO, António. O mistério da consciência: do corpo e das emoções ao conhecimento de si. Editora Companhia das Letras, 2015.

FOLLY, W. S. D. Sobre a evolução da consciência II: A indissociabilidade mente-cérebro. Scientia Plena, v. 5, n. 9, 2009.

KOCH, Christof. The quest for consciousness. Engineering and Science, v. 67, n. 2, p. 28-34, 2004.

OWEN, Adrian M. The Search for Consciousness. Neuron, v. 102, n. 3, p. 526-528, 2019.

 

 

TONONI, Giulio; KOCH, Christof. Consciousness: here, there and everywhere?. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, v. 370, n. 1668, p. 20140167, 2015.

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Autor:

Beatriz Carvalho Frota