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Como nós, mulheres, escolhemos nossas carreiras profissionais.

 

Bem, acabamos de passar a pouco tempo pelo ENEM, o meio atualmente usado pela maioria das universidade públicas e privadas para ingresso na graduação. Mas fica a questão: como nós mulheres sabemos o que queremos ser? Como ocorre esse processo de definição? Será que temos algum viés na hora da escolha e nem percebemos? Ainda existe profissões consideradas femininas ou masculinas?

 

Uma coisa interessante e que todas podemos tentar puxar da memória, é que desde crianças não somos incentivadas a fazer nada muito radical ou que pareça arriscado. Quem aqui foi estimulada desde pequena a ser engenheira, a ser astronauta, a ser física ou cientista, por exemplo? Muito pelo contrário, idealizar essas profissões dentro de nossas brincadeiras era incomum, por ser representados sempre por uma figura masculina, incluindo nas brincadeiras e brinquedos.

 

Como meninas, tínhamos que ter certos tipos de modos, de jeito, de brincadeiras, muitas vezes voltado com temas para o lar, de ter a sua própria cozinha, das bonecas serem suas filhas, dos acessórios, roupas e sapatos, um mundo rosa. E assim, não é muito diferente quando chegamos na ensino médio e pensamos em que graduação fazer; infelizmente ainda existe, sim muitas profissões consideradas femininas e por isso mais desvalorizadas. 

 

Um exemplo seria uma cozinheira, a imagem da tia do lanche e da mãe fazendo a comida ainda é de uma imagem feminina, porém se você for num restaurante mais sofisticado, assinado por um chef de cozinha, temos uma predominância maior de homens, mesmo a “cozinheira” sendo qualificada também. A Enfermagem é outro exemplo de área onde se tem muita mulher, não é a toa que ainda a profissão seja desvalorizada quanto a remuneração e carga horária; além de ser vulgarizada, a ideia de uma “Enfermeira sexy” é sempre algo muito vendido. 

 

E onde como podemos mudar isso? Temos que ter consciência sobre o que queremos exercer e começar a incentivar mais meninas (quanto mais jovens melhor) a novas áreas de atuação. Abrangendo suas opções de escolha e mostrando que temos capacidade tal quanto a homens. Parece um discurso sensacionalista nos dias de hoje, porém ainda existe desvalorização profissional e diferenças de tratamento e salarial entre homem e mulher. Basta você pensar nas mulheres próximas de você na sua família, elas ganham igual aos homens? Sua mãe, se trabalhar, ganha mais que seu pai? Quem ainda é o principal provedor da renda da casa? Veja que a questão não é ganhar mais que ninguém e sim ganhar de forma igualitária para os mesmos cargos.

 

Fica aqui um cartaz de protesto do movimento Guerrilla Girls, de 2017, que mostra a desvalorização da mulher no meio artístico.

Referências

 

DA SILVA, Erionaldo Teixeira; DA SILVA QUINA, Rosemeire; DOS SANTOS, Simone Souza. As Experiências Socioculturais E A Escolha Da Profissão. Qualis Sumaré-Revista Acadêmica Eletrônica, n. 1, p. 86-100, 2016.

 

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FINE, Cordelia. Homens não são de Marte, Mulheres não são de Vênus: Como a nossa mente, a sociedade e o neurossexismo criam a diferença entre os sexos. Editora Cultrix, 2015.

 

GRINGS, Jacques Andre; JUNG, Carlos Fernando. Fatores que influenciam na escolha profissional e a importância da orientação vocacional e ocupacional. Revista Espacios, v. 15, n. 38, p. 12-33, 2017.

 

REIS, Fabiana de Arruda Resende; MARTINEZ, Silvia Alicia. O ensino profissional feminino no brasil: uma análise da escola profissional feminina nilo peçanha (campos, rio de janeiro, 1922-1930). A Cor das Letras, v. 13, n. 1, p. 27-46, 2017.

 

REZNIK, Gabriela et al. Como adolescentes apreendem a ciência e a profissão de cientista?. Revista Estudos Feministas, v. 25, n. 2, p. 829-855, 2017.

ROSENTHAL, Renata; REZENDE, D. B. Mulheres cientistas: um estudo sobre os estereótipos de gênero das crianças acerca de cientistas. Seminário Internacional Fazendo Gênero, v. 11, 2017.

 

SCHIEBINGER, Londa. Mais mulheres na ciência: questões de conhecimento. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 15, p. 269-281, 2008.

 


TORRES, Kelly Beatriz Vieira et al. Inclusão das Mulheres nas Ciências e Tecnologia: Ações voltadas para a Educação Básica. Expressa Extensão, v. 22, n. 2, p. 140-156, 2017.

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Autor:

Beatriz Carvalho Frota