A aprendizagem é um processo de adquirir conhecimento sobre algo. Aqui vamos abordar a aprendizagem multimídia, que seria por meio de palavras e imagens. Sendo assim, incluem-se nela as palavras de discurso falado e a parte escrita, enquanto que as imagens podem ser estáticas (ilustrações e fotos) ou dinâmicas (animações e vídeos). E se pudéssemos medir diretamente a aprendizagem multimídia? Quais os parâmetros poderíamos usar? Como seria seria medido? 

 


Quando nós falamos do aprendizado de multimídia precisamos citar duas teorias que fundamentam esse conceito e servem para quantificar o processo de aprender.  Uma, é a Teoria Cognitiva de Aprendizagem Multimídia, que se baseia no princípio em que palavras e imagens podem contribuir para uma aprendizagem mais profunda. Uma vez que, essa abordagem tem que ser planejada e com finalidade de considerar além da conjugação de texto e visualização de imagens.
 
A outra teoria, em questão, seria de carga cognitiva, cuja carga seria a variável que poderíamos mensurar o aprendizado. Essa carga se refere ao nível de utilização de recursos psicológicos, como: memórias, atenção, percepção, representação de conhecimento, raciocínio e criatividade na resolução de problemas. A Teoria da Carga Cognitiva está cada vez mais ganhando espaço e importância no planejamento e avaliação de instrução tradicional e tecnológica. 
 
Embora seja as duas sejam bem entendidas como uma construção teórica e já bem fundamentada; por se tratarem apenas de teorias, sua medição acaba sendo deduzida por meios indiretos, subjetivos de quem avalia. Mas como tirar algo da teoria e colocar na prática? Como a medir efetivamente e quantitativamente o aprendizado de aluno em sala de aula, por exemplo?
 
Estudos recentes com Eye Tracking e de fMRI, nos ajudam a tentar aplicar e quantificar, na prática, essas teorias. É importante a quantificação para que possamos analisar , interpretar, acompanhar e melhorar no processo de ensino e aprendizado. Só para lembrar, o Eye Tracking é uma ferramenta que nos possibilita mapear, registrar e analisar as atividades do movimento ocular diante a estímulos visuais. 
 
Já com fMRI, obtém-se a neuroimagem, que seria a aplicação de várias meios de aquisição de imagem cerebral (direta ou indiretamente) da estrutura, função ou farmacologia do sistema nervoso. No estudo os participantes foram expostos a estímulos visuais, onde o sinal adquirido foi associado com imagens da atividade cerebral e com as teorias citadas, O resultado dessa combinação nos permitiu fazer uma correlação entre  sinal captado e a quantificação de aprendizado.
 
Assim, foi realizado a mensuração das teorias e, como esperado, para cada participante foi encontrado um determinado valor de aprendizado, sendo estes diferentes; indo de acordo com a individualidade de cada um. Para estudos futuros na área, espera-se que consigam medir simultaneamente o desempenho da tarefa e validar as diferenças na carga cognitiva, podendo ser associada a outras formas de aquisição de sinal cerebral como o EEG, que monitora a atividade elétrica do cérebro e ainda seria mais acessível.


Referências



BRUNKEN, Roland; PLASS, Jan L.; LEUTNER, Detlev. Direct measurement of cognitive load in multimedia learning. Educational psychologist, v. 38, n. 1, p. 53-61, 2003.
 
DUCHOWSKI, Andrew T. Eye tracking methodology. Theory and practice, v. 328, n. 614, p. 2-3, 2007.
 
HEEGER, David J.; RESS, David. What does fMRI tell us about neuronal activity?. Nature Reviews Neuroscience, v. 3, n. 2, p. 142-151, 2002.

TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach; CUNHA, Silvio Luiz Souza. Aplicação de teorias cognitivas ao projeto de objetos de aprendizagem. RENOTE-Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 4, n. 2, 2006.
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Autor:

Beatriz Carvalho Frota

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