A GERAÇÃO DE NOVOS NEURÔNIOS É POSSÍVEL? MITO OU VERDADE?
Um forte candidato para alteração dessa morfologia é o estresse agudo ou crônico, estudos demonstram que ele é responsável por uma regressão do comprimento geométrico da região apical de dendritos de neurônios de algumas áreas cerebrais, com isso, diminui a área de superfície dos neurônios, e, consequentemente, o número de sinapses. Mas, é bom deixar claro que o estresse não mata neurônios (como já foi erroneamente pensado), o que pode ser causado por ele são alterações no tecido, diminuição dos dendritos, entre outros. Com isso, entendeu-se que a neuroplasticidade está envolvida principalmente com - alterações morfológicas nas áreas do cérebro ou de neurônios, alterações na rede neuronal (inclusive na conectividade), neurogênese (geração de novos neurônios) e alterações neurobioquímicas.
Neurogênese? É possível a geração de novos neurônios no cérebro adulto? Por muito tempo pensou-se que NÃO! Acreditava-se que esse processo ocorria apenas no desenvolvimento do cérebro e que não prosseguia ao longo da vida. Porém, atualmente sabe-se que a neurogênese adulta acontece em algumas regiões cerebrais e que ocorre em mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes ósseos, etc.
A formação de novos neurônios é regulada por substâncias derivadas de vasos sanguíneos e é alvo de um enorme número de fatores. Há relatos que ela pode ser reforçada adotando hábitos de vida saudável, como por exemplo - exercícios físicos, alimentação correta, controle de estresse e ansiedade, interação social, estimulação do cérebro (leitura, aprendizagem, etc.), atividade sexual, sono regular, entre outros.
Conhecer essa realidade cria a expectativa de que mesmo regiões cerebrais danificadas por alguma lesão ou patologia como, por exemplo, Hipóxia-isquemia neonatal, meningites, doenças neurodegenerativas, etc. possam ser reparadas funcionalmente, abrindo a porta para desenvolvimento de tratamentos diversos que promovam a geração de futuras intervenções terapêuticas para reabilitação de patologias que atualmente não tem “cura”.
Dessa forma, vale destacar que a frase “um é pouco, dois é bom, três é demais” tão conhecida no seriado Três é demais não é muito bem aplicada quando o assunto é neurogênese!!!
Vale destacar que alguns estudos mais recentes baseados na reposição neural de células-tronco neurais demonstram que a maioria dessas células nos cérebros adultos de mamíferos são inativas, mas, que, em resposta a estímulos extrínsecos, elas podem sair da inatividade e reativar-se para dar origem a novos neurônios. Outros estudos também mostram os efeitos de estimulações cerebrais na neurogênese em algumas regiões específicas de camundongos.
Estado Responsável Laico Democrático e de Direito
Deus a Verdade está entre nós - Nunca em nós.
Religare Politics and Neuroscience
Deus Laico Democrático e de Direito
Consciência no Corpo, Alma e Espírito sem Vida após a Morte
REFERÊNCIAS
DING, W. Y; HUANG, J.; WANG, H. Waking up quiescent neural stem cells: Molecular mechanisms and implications in neurodevelopmental disorders. PLOS Genetics, v. 16, n. 4, 2020.
FUCHS, Eberhard; FLÜGGE, Gabriele. Adult Neuroplasticity: More Than 40 Years of Research. Neural Plasticity, [s.l.], v. 2014, p.1-10, 2014. Hindawi Limited.
GONZALO, Parra et al. Neurogénesis hipocampal adulta: papel en el deterioro cognitivo post-ictus y estrategias farmacológicas para su modulación. 2019. Tese de Doutorado. Universidad Complutense de Madrid.
G. Raisman, “Neuronal plasticity in the septal nuclei of the adult rat,” Brain Research, v. 14, n. 1, p. 25–48, 1969.
MORAL, Yasmina et al. Hipoxia-isquemia neonatal: bases celulares y moleculares del daño cerebral y modulación terapéutica de la neurogénesis. Neurología, v. 68, n. 1, p. 23-36, 2019.
NAVARRO-QUIROZ, Elkin et al. Neurogénesis en cerebro adulto. Revista Salud Uninorte, v. 34, n. 1, p. 144-159, 2018.
ZHANG, T. et al. Differential effects of trancranial magnetic stimulation and electroconvulsive stimulation on adult hippocampal neurogenesis in mice. Brain Stimulation: Basic, Translational, and Clinical Research in Neuromodulation, v. 12, n. 2, p. 540, 2019.