Jackson Cionek
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A Felicidade Já Morava Aqui – Joinville - SC mais de 10.000 Anos de Presença

A Felicidade Já Morava Aqui – Joinville - SC mais de 10.000 Anos de Presença

Sinto ser o que percebo.
Quando respiro fundo e olho a Serra do Mar a partir da minha janela, percebo que meu corpo ainda carrega memórias que talvez nem sejam minhas — talvez de todos os que vieram antes.
Ao silenciar os ruídos digitais e deixar que meu corpo retome a escuta da floresta, das pedras, do ar e da gravidade, sinto algo despertar em mim: um senso de tempo que não corre, mas pulsa.
E ali, nesse espaço entre a minha própria interocepção e a linha do horizonte, percebo que Joinville já foi território de uma espiritualidade sem dogmas. Um tempo em que não havia culpa, nem juízo final — apenas pertencimento ao agora.


A Felicidade Já Morava Aqui – Joinville, 10.000 Anos de Presença

A Felicidade Já Morava Aqui – Joinville - SC mais de 10.000 Anos de Presença

Os Primeiros Habitantes de Joinville

Muito antes da construção dos sambaquis — antes mesmo dos Guarani, Jê ou colonizadores —, povos da Tradição Umbu já habitavam ou transitavam pela região de Joinville. Vivendo entre 12.000 e 2.000 anos atrás, esses caçadores-coletores deixaram rastros de uma vida plenamente enraizada na natureza: pontas de flecha bifaciais, raspadores e fragmentos de fogueiras sob saliências rochosas. Eles não tinham cidades, templos ou reinos. Tinham floresta, movimento e presença.

Esses povos não viviam "em estado de sobrevivência", como narrativas eurocêntricas sugerem. Viviam em estado de presença. Com decisões coletivas e liberdade sazonal, transitavam entre modos de vida e reorganizações sociais conforme a paisagem, o clima e os afetos permitiam.


Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville

Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville


Espiritualidade sem Juízo, sem Culpa

Esses povos não deixaram esculturas de deuses, nem hierarquias sagradas. Mas deixaram algo mais profundo: silêncio e traços de reciprocidade com a vida.

Com base nos estudos arqueológicos e nas contribuições de O Despertar de Tudo (Graeber & Wengrow), entendemos que:

  • Eles não criaram divindades que julgam;

  • Não projetavam culpa, pecado ou salvação;

  • Não separavam sagrado e cotidiano;

  • E não temiam o depois da morte, pois estavam inteiros no agora.

Essa espiritualidade não era "primitiva" — era original: uma consciência corporal e ambiental onde o pertencimento não era ensinado, mas vivido.
Eles não rezavam para o futuro, porque estavam sintonizados com a dança orgânica do presente.


Corrigindo o Mito da Hierarquia Agrícola

Por muito tempo, acreditamos que a evolução humana levava de forma “natural” dos caçadores-coletores à agricultura, da agricultura ao Estado, do Estado à religião institucionalizada.
Mas hoje sabemos — com base em evidências — que não houve linearidade.

A agricultura não foi sinônimo de hierarquia. Povos agrícolas e caçadores alternavam entre períodos de liberdade e autoridade, comunhão e comando, em ciclos sazonais ou cerimoniais.
A religiosidade julgadora e a ideia de punição após a morte não surgiram com o milho ou o plantio, mas com formas específicas de dominação política — geralmente associadas à domesticação dos corpos, do tempo e do pensamento.


Mente Damasiana, Espiritualidade DANA e o Agora

A espiritualidade desses povos se conecta profundamente com o que hoje chamamos de Mente Damasiana: uma mente enraizada na interocepção e na propriocepção, onde o pensar é um eco do sentir.
Seu modo de viver lembra a Espiritualidade DANA — não uma crença, mas uma inteligência ancestral do corpo, onde o DNA não cria dogmas, mas ritmos.

Eles não buscavam o além. Buscavam a caça, a floresta, a água limpa, o riso do grupo, o cuidado com o corpo e o espírito como uma só coisa.


Joinville carrega uma memória de 10.000 anos — não de medo ou julgamento, mas de presença e pertencimento.
Os povos Umbu, sem palavras escritas, nos deixaram uma mensagem clara: a vida é agora.
A verdadeira espiritualidade nunca saíu da floresta. Nós é que saímos
A verdadeira espiritualidade nunca saiu da floresta.
Nós é que saímos


O Planeta 01 (os 0.1% ou mais ricos) quer impor uma espiritualidade colonial para nos deixar fixos na Zona3

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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States